retrato imaginário

Caminhando pensava no meu maior defeito, que nada mais é do que conversar demais. Como perco meu tempo por uma boa prosa, não me importo de descer do ônibus mais longe, de dar uma voltinha para chegar em casa, de atrasar meus trabalhos acadêmicos, é incrível! E pensando em todo o tempo que desperdiço com isso, pensei também nas consequências. Naquela tarde de uma segunda-feira de primavera eu não desci no meu ponto do ônibus só para alimentar uma discussão que foi o início de tudo, desci do ônibus ali e isso foi um marco importante em minha história, por mais que eu gostaria que não fosse tão importante assim, ainda mais por se tratar apenas de um desvio de tarefa.. E foi após reconstruir aquela imagem do passado que vi exatamente na minha frente o retrato do presente e num rápido toque imaginário de como seria se alimentasse mais uma prosa em uma outra tarde de primavera, optei em mudar de vida e segui assim o rumo de casa sozinha...