Ela estava ali, já fazia um tempo, sentada naquela simples cadeira de madeira da lanchonete, tomando um chocolate. De repente ela avistou o andado, reconhecível de longe. O estilo da roupa, a bolsa e o penteado não deixariam a minima dúvida: era ele. Como um reflexo de pensamento automaticamente lhe veio na memória os tempos de sol, amor e amizade. Bateu uma enorme saudade! Aquele que ali estava logo caminhando a sua frente, durante um tempo foi a pessoa que ela mais amou, com quem dividia todos os momentos bons e de aflição. Apoio, confiança, companhia e a certeza de que sempre seria assim, mesmo que se um dia se separassem. E foi dessa lembrança que veio aquela vontade de gritar aquele "Eiiiii" aberto com sede de perguntar... E foi exatamente nessa hora que ela relaxou as pernas e decidiu não levantar e não o chamar, afinal perguntar o quê? Como estava a vida com seus novos amores? Ou então, enfrentar o perigo de ser maltrada ali na frente de todos com uma cara de por que você me chamou aqui? Vou te comprimentar por educação. Ou então de: meu amigo não pode saber que ainda converso com você! E a certeza de que nem um abraço de consideração ela ganharia. Afinal, assim foram os últimos encontros. Seus olhos ficaram úmidos, mas não era mais a saudade que ali estava, era a certeza da decepção. Eram as tristes lembranças de todos os momentos que ela há pouco tempo havia passado. Foi quando percebi o clima e o sujeito que já avançava mais a frente o quarteirão, sem ao menos perceber nossa presença e perguntei a ela: "Você está bem?", e ela com a voz meio mole respondeu: "Lutando hoje, para estar melhor que ontem e ainda melhor amanhã.", então ela fez uma pausa e acrescentou: "Pior que uma mulher dizer a um homem que o ama, e ela de fato amá-lo" E foi então que prendi meus lábios em um sorriso inexistente, engoli seco e disse: "Compreendo!" e logo acrescentei: "Vamos embora?". Então começamos a falar de política internacional e de cursos de lincenciatura.
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