Hoje na escola:
"Nossa, pois é. Eu vou fazer mesmo essa prova!"
A atendente responde: "Pois é, isso é muito bom!"
"Estou ansiosa, sou muito nervosa, ando precisando tomar alguma coisa!"
Nisso a menina que só observava a situação, se levanta caminha na minha direção!
"Toma rivotril!"
Eu olhei para ela com uma cara de espanto e quando achei que fosse tudo que ela tinha a dizer, ela completa:
"Você é a Ana Luiza, filha da Ana né? (uma pausa) Eu sou sua prima!"
Nossa, foi impossível disfarçar o meu espanto e a minha cara de vergonha de não reconhecer aquele ser em pé na minha frente, na mesma hora eu pensava quem poderia ser aquela criatura loirissima, pensei em ser alguam neta da minha tia avó, mas não se encaixava aos padrões estéticos da família.
A atendente caiu no riso e quando se passou menos de 10 segundos, a menina completa:
"Sou a Raphaela, filha da Miriam!"
Na mesma hora minha memória funcionou, ela é bisneta de uma outra tia avó... (Risos)
E ela dispara:
"Eu já pensei em te procurar aqui em BH, já peguei seu telefone, mas acabo enrolando!"
Detalhe importante de ressaltar, tinha 12 anos que eu não via a criatura! Mas há três anos eu tive ela no orkut e acredito que foi assim que ela me reconheceu e ainda me assustou:
"Esses dias te vi na porta do shopping Cidade tenho certeza que era você!"
O que eu achei de tudo isso?
Minha vida é um reality show!
Ontem no 8106
(Porque num Reality show nem todo mundo se conhece!)
Ainda não era sete horas da noite, aquele ponto cheio na praça da Savassi. O 8106? Estava parado com as pessoas entrando, mas já entupido. É quando um cara grita:
"Outro!"
Finalmente parece que aprendi a obedecer minha intuição, paro e dali a pouco enconsta outro, cheio, porém bem menos. Entro e rapidamente percebo que não haverá mais bancos na parte de trás. É quando ouço a moça ao meio lado dizer:
"Vou sentar aqui na frente mesmo!Na mesma hora decidi fazer o mesmo e sentei ao lado dela, foi quando peguei o celular na bolsa para ligar o rádio, mas logo não houve como, ela começou a falar comigo:
"É terrível esse onibus este horário, todo dia é assim!"
"Eu pensei em pegar o 8108, ali mais na frente, com a esperança que ele viesse mais vazio, pois ele só retorna aqui na Savassi, mas não sei se ele vai para onde eu quero."
"Prá onde você está indo?"
"Para Jacuí!"
"Ah sim, eu não sei se ele passa lá não! Eu sei que aqui nessa região você pode pegar o 8102 também e no centro o 8103...", e logo despejou aquele monte de ônibus.Já na Praça da Liberdade, a prosa continua:
"Eu já pensei em trocar arrumar um emprego mais perto da minha casa, mas eu adoro o lugar que trabalho!"
"Onde você mora?", nisso desisti do rádio e larguei os fones dentro da bolsa.
"No Palmares? Sabe onde é? Ali depois do Minas Shopping....", e despeja ela um monte de lugares que eu não faço a mínima idéia de onde ficam.
Começamos a descer a João Pinheiro´e ela continua:"Eu até andei sondando alguns lugares no Sion, porque meu marido trabalha aqui no Centro e sabe que na minha região nem está tão mais barato que por lá, achei que fosse estar. Esses dias eu conheci um corretor no onibus, 500 mil um apartamento de quatro quartos."
Na mesma hora pensei que ela deve ser acostumada a fazer amigos no ônibus! Olho no celular as horas, sete e quatro, e nós agarrados na João Pinheiro.
"É mesmo? E aqui no Centro? Você não tem interesse não?"
"Não! Eu não suportaria o barulho!"
E assim começamos a falar sobre moradia, logo em seguida eu já conhecia a história do filho dela que tem bronquite e é sempre internado no Hospital São Camilo, no Floresta. Depois falamos sobre alergia, baratas, insetos e coisas indesejaveis que aparecem no calor.
"Nossa, já são sete e dezoito!", me espantei ao olhar no relógio, ainda estávamos na Aveninda Assis Chateaubriand.
"Pois é, esse trajeto seria bem mais rápido sem esse trânsito!"
E o assunto tomou o rumo profissional, de repente quando fui inciar uma frase com a então nutricionista colega de ônibus, então foi que perguntei:
"Qual seu nome?"
"Valéria!"
E a prosa rendeu, já na Salinas eu olhei novamente no relógio, já eram sete e vinto oito... Na proximidade da esquina da Jacuí, então em levantei:
"É melhor eu pagar e atravessar a roleta, meu ponto é o próximo! Até mais, prazer em conhecê-la!"
"Igualmente até mais!"
Sorte eu ter tomado essa atitude, porque o trânsito na Jacuí por incrível que pareça estava bom e rapidinho o ônibus parou e eu desci.
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