Entre ansiedade, saudade e lágrimas

Entre ser útil ou não ser, eu não sei bem o que essa semana foi. Mas tudo bem, ela já está quase por se encerrar e depois de tanto tempo tentando escrever algo e colocar aqui, parece que continuo sem nada em mente. Foi quando sentada no sofá com a colher de brigadeiro na boca "assistia" o programa do Jô, aliás via a imagem do "gordo" na tela, o som vinha do computador, uma seleção de músicas ligadas no aleatório.

Não me dei ao trabalho de escolher um artista ou um estilo, tudo tocando misturado. Uma lágrima estranha me desceu no rosto, não era tristeza, nem saudade, apenas uma melancolia estranha que me perseguiu durante os últimos dias. Sexta-feira à noite, e eu ali sentada olhando aquela tela do programa que iniciava e cantarolando a música do pc:

"Ainda vai levar um tempo, pra fechar o que feriu por dentro

naturalque seja assim, tanto pra você quanto pra mim,

ainda leva uma cara pra gente poder dar risada.

Assim caminha a humanidade

com passos de formiga e sem vontadeee..."

E foi quando resolvi tentar, tentar pelo menos explicar o que tem acotecido comigo que tem deixado aqui tão vazio de publicações. Quem sabe eu consigo consolidar algo essa semana? Depois de tentar arrumar minhas coisas, parei o armário no meio, dobrei as roupas, mas não coloquei elas em seus lugares devidos. Separei papéis, mas não os joguei fora.

Nessa semana que se encerra tudo me cansou, eu me enjoei de tudo, tudo me irritou profundamente. Tirei os dias para ouvir e não para falar, para comer e não para desenvolver atividades. E quem estivesse perto de mim que tomasse cuidado, não estava sem educação ou sem pudores, mas completamente expressando minha opinião, sem nem mesmo pensar quais as consequencias isso tudo poderia ter.

Hoje optei em ficar em casa, o que é quase um milagre, não estou em clima para reuniõzinhas de amigos, nada contra nenhum, até porque é deles que vem toda a força que tem me mantido de pé durante esses últimos tempos. Mas sinceridade, esses dias eu não queria o abraço de ninguém, chorei e como chorei e quis fazer isso as escondidas como antes era.

Uma boa limpeza implica revirar tudo e tudo implica em mexer nas lembranças... E quantas são elas, como diria uma amiga, "saudade há sempre das mais diferentes formas". Saudade de lugares, de pessoas que deixaram essa vida, saudade de pessoas que não vejo há muito tempo, saudade de quem não pode estar aqui e de quem não quis estar mais ou até mesmo de quem nunca esteve de verdade.

Perdida em meio a fotos, rabiscos e rascunhos de textos começados, me senti perdida no tempo, queria ter feito muitas coisas diferentes, sabia que tudo o que mudou de um ano para cá ia mudar muito rápido, mas sempre fica aquela sensação de que poderia ter feito tudo com mais atenção e carinho, curtindo um pouco mais as gotinhas de momento.

Essa semana não fiquei o tempo todo em casa, mas optei também a ir a lugares e conhecer pessoas novas, a quais não iriam implicar se eu ficasse por demais calada ou não iriam me perguntar sobre qualquer situação que eu tenha passado no últimos tempos. Na terapia ontem, eu parei e perguntei a psicologa se já não havia acabado o tempo, eu realmente queria ir embora.

Assistir aula foi um matirio, usei o interalo para realizar a atividade do segundo horário ontem para não ficar mais lá... Aceitei o convite de uma amiga para dar uma volta na Savassi, no bar foi nítido que eu estava mais para ouvir. Como ela fala menos do que eu, tivemos vários intervalos de silêncio.

Na proposta de irmos a boate, aceitei! Afinal na Mary mulher é de graça às quintas, podia entrar olhar e sair. Por sorte me empolguei com as músicas, mas sinceridade estava muito longe dali. O som me fez viajar completamente, não parecia estar lá. Sonhei muito acordada dançando, mas não me lembro para contar. Mas de repente eu acordei e fui embora, está certo que fiquei mais do que pensei que permaneceria lá, mas sai bem mais cedo que normalmente o faço.

Agora? Preciso ir dormir, o que está rolando no som? "Another brick in the wall" ou seja mais lembranças... Definifitamente, amanhã eu termino a faxina!